domingo, 18 de setembro de 2016

Idiossincrasias

Vou compartilhar um segredo com você enquanto escuto Joy Division e tomo café frio as exatas 23:34hrs de uma noite de Domingo ressacado – tenho amigos que vem me visitar as vezes, e eles são tão reais quanto eu, por se tratar de mim, fragmentos do meu eu, minhas múltiplas faces promovida pela distorção de minha ingenuidade frente a vida. Sei como é difícil ficar sozinho, e afirmar essa solidão parece encolher mais as paredes e escurecer mais o quarto em que estou, meu preguiçoso espaço que acolhe minhas loucuras, meus livros enfeitam como um altar, e eu estou sempre com sono! E se eu te dissesse que sou uma farsa? E se eu te dissesse que todos os sonhos que prometi realizar nada mais foram que desculpas para tapar o buraco de minha mediocridade? Que não existe gênio, que não existe artista, que nunca houve músicas, literatura e tão pouco trabalho de minha parte? Se eu te dissesse que sou uma pessoa comum, você daria atenção ao que escrevo aqui? Você ouviria o que tenho a dizer?


O tempo passa devagar, e o barulho do ponteiro me incomoda, porque no fundo, bem lá no fundo, ele está me cobrando aquilo que prometi, o sucesso que todos almejam bate a porta na minha cara e zomba de mim, e eu não me envergonho em dizer que choro! Lagrimas que não poupo podem servir de utensílios para as pessoas me julgarem, podem simplesmente me dizer que não fui tão forte quanto deveria, que sou fraco simplesmente pelo fato de não esconder minha fraqueza. Pois bem, sejamos sinceros, nenhum de vocês reivindicam o amor de uma estrela, que é ingenuidade dirigir a vida pela contramão e querer quebrar as leis da física. Mas eu tenho que dizer a você, ou a vocês -  só é considerado impossível aquilo que nunca antes foi visto, ou feito, e deste feito eu não tenho medo de querer fazer da eternidade minha sina, da mediocridade uma consequência disso, e da morte meu papel final a ser cumprido – pode até não ter sentido o que estou dizendo aqui, mas que se dane! Não acredito em Hegel, e é a minha individualidade que vai construir o mundo, talvez a nossa, meu caro raro leitor, talvez a nossa!


Nenhum comentário:

Postar um comentário