Vou
compartilhar um segredo com você enquanto escuto Joy Division e tomo café frio
as exatas 23:34hrs de uma noite de Domingo ressacado – tenho amigos que vem me
visitar as vezes, e eles são tão reais quanto eu, por se tratar de mim,
fragmentos do meu eu, minhas múltiplas faces promovida pela distorção de minha
ingenuidade frente a vida. Sei como é difícil ficar sozinho, e afirmar essa
solidão parece encolher mais as paredes e escurecer mais o quarto em que estou,
meu preguiçoso espaço que acolhe minhas loucuras, meus livros enfeitam como um
altar, e eu estou sempre com sono! E se eu te dissesse que sou uma farsa? E se
eu te dissesse que todos os sonhos que prometi realizar nada mais foram que
desculpas para tapar o buraco de minha mediocridade? Que não existe gênio, que
não existe artista, que nunca houve músicas, literatura e tão pouco trabalho de
minha parte? Se eu te dissesse que sou uma pessoa comum, você daria atenção ao
que escrevo aqui? Você ouviria o que tenho a dizer?
O tempo
passa devagar, e o barulho do ponteiro me incomoda, porque no fundo, bem lá no
fundo, ele está me cobrando aquilo que prometi, o sucesso que todos almejam
bate a porta na minha cara e zomba de mim, e eu não me envergonho em dizer que
choro! Lagrimas que não poupo podem servir de utensílios para as pessoas me
julgarem, podem simplesmente me dizer que não fui tão forte quanto deveria, que
sou fraco simplesmente pelo fato de não esconder minha fraqueza. Pois bem,
sejamos sinceros, nenhum de vocês reivindicam o amor de uma estrela, que é
ingenuidade dirigir a vida pela contramão e querer quebrar as leis da física.
Mas eu tenho que dizer a você, ou a vocês - só é considerado impossível aquilo que nunca
antes foi visto, ou feito, e deste feito eu não tenho medo de querer fazer da
eternidade minha sina, da mediocridade uma consequência disso, e da morte meu
papel final a ser cumprido – pode até não ter sentido o que estou dizendo aqui,
mas que se dane! Não acredito em Hegel, e é a minha individualidade que vai
construir o mundo, talvez a nossa, meu caro raro leitor, talvez a nossa!
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