Certo dia ela resolveu dividir sua alma ao meio;
Pra ver se encontrava-se em meio
A tudo que existia dentro de si.
Quem era ela? O que pensavam dela?
O que ela pensava dela e o que deveras, ela pensava ser?
Não sei! Resta saber
Apenas que ela poderia não saber quem era,
Mas sabia muito bem quem não deveria ser.
E ela não era filósofa,
Ela não era poeta,
Ela não era artista,
Ela não era, ela não era...
Certo dia ela me falou em suicídio,
Dizia que a essência tinha perdido seu valor,
Que sua natureza havia se corrompido;
Traído por instinto em prol de sua dor.
Ela tinha muitos amigos,
Não era difícil encontrá-la rindo,
Mas como isso não implica naquilo
Quem acorda rindo; pode bem chorar dormindo.
Ela não era psicóloga,
Ela não era teóloga,
Ela não era bruxa,
Ela não era, ela não era.
Certo dia ela me pediu um abraço,
Quando o infinito precisava de mais espaço,
Ela perguntou, num tom embaraçado;
- Se a vida é um jogo, quem eu sou nesse baralho?
Ela dividiu sua alma em pedaços,
Mas eu só peço; quase que desesperado
Pra ela ir em frente e deixar de lado
Proclamar o presente, assassinando o passado,
Não que ela não esteja certa,
Nem que eu esteja errado,
Mas ela não era,
NÃO! ELA NÃO ERA!
Ela não era feita de pedaços,
Ela estava bem e inteira;
Só faltava ter enxergado
Alguma paixão ter passado...
Bem ao seu lado.
Ela era! Ela era!
Ela parte de um todo fragmentado.
Ela era, e ela sabia que era
Uma flor clara, clara como a cor de seus olhos escuros acinzentados.
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