quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Certa vez...

A cena de nosso filme se passa num solitário quarto abandonado, onde o personagem principal é uma figura pálida e esguia munida apenas de tristeza e dor causada pela confusão de sua mente, numa crise cafona de identidade, ele percebe que está sozinho, longe de tudo e de todos, começa a cogitar o que certa vez tratou de pensar;




Certa vez tratei de tapar meus ouvidos e olhos
Para dores e felicidades do mundo,
De modo que me senti mais humano,
Na medida em que me afastava da humanidade.

Eu vi a beleza solitariamente triste, camuflada
Nas lágrimas que não foram derramadas.

Até ontem ri chorei desse meu passamento
Passando pelo passado dos meus pensamentos.

Certo dia tratei de abominar tudo o que era feio,
De modo que troquei meus sonhos pelos pesadelos.

Cuspi na beleza que estava em meus dedos,
Vomitei o amor que ganhei por desprezo.

Certa noite tratei de abraçar meus medos,
Descobri que o que temo; é o que desejo

Certa amanhã acordei de uma ressaca
Causada pelas minhas certas tentativas

 - Fracassadas.

Certo dia quis descrever meus sentimentos;
Não consegui mais nada que ridículo testamento.






 

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